Por: Luís Silva

O início oficial do novo Universo DC (DCU) chegou com Superman, dirigido por James Gunn — cineasta conhecido pelo sucesso da trilogia Guardiões da Galáxia na Marvel e por seu trabalho na DC em O Esquadrão Suicida e O Comando das Criaturas. Agora, Gunn assume o desafio de recontar a história do maior ícone dos quadrinhos, e faz isso com uma abordagem mais humana e sensível do Homem de Aço.
A trama acompanha Clark Kent/Superman (David Corenswet) em seus primeiros anos como repórter e super-herói, em um mundo onde outros vigilantes já existem, como Lanterna Verde (Guy Gardner, vivido por Nathan Fillion), Mulher-Gavião (Isabela Merced) e Mr. Terrific (Edi Gathegi). Embora esses personagens surjam inicialmente como figuras cômicas e até caricatas, todos ganham desenvolvimento ao longo do filme, em grande parte, graças à influência do próprio Superman. Gunn, mais uma vez, mostra habilidade ao trabalhar com múltiplos personagens sem perder o foco da narrativa principal.

Lois Lane (Rachel Brosnahan) é outro destaque, recebendo o tratamento de uma protagonista forte e carismática, longe de ser apenas um interesse amoroso. Já Jimmy Olsen (Skyler Gisondo) também brilha como coadjuvante, funcionando bem tanto no alívio cômico quanto em momentos mais sutis do roteiro.
No entanto, quem realmente rouba a cena é Lex Luthor, interpretado por Nicholas Hoult. Esta nova encarnação do vilão é, sem dúvida, uma das mais cruéis e inteligentes já vistas no cinema. Hoult entrega um Luthor impiedoso, disposto a eliminar qualquer um que se torne um empecilho. Sua química com Corenswet é um dos pontos altos do filme, especialmente nos embates mais tensos entre os dois personagens.
A força de Superman está justamente no contraste entre seus protagonistas. Enquanto o herói representa o lado idealista e esperançoso da humanidade, com medos, inseguranças e valores muitas vezes em desacordo com o mundo moderno, Luthor encarna o egoísmo, a inveja e a sede de poder. O paralelo entre os dois é construído de maneira brilhante, revelando o embate entre dois extremos da condição humana.
Um dos riscos da narrativa era sugerir que Superman poderia não ser tão “bonzinho” quanto parece. Essa abordagem já foi explorada em outras versões — muitas vezes de maneira superficial ou apelativa. Aqui, felizmente, James Gunn evita esse clichê. O diretor opta por reafirmar o Superman como símbolo de esperança, e isso se reflete tanto em seu comportamento quanto na forma como ele é filmado: sempre imponente, inspirador, quase mítico.

Entretanto, o filme comete um deslize considerável: o excesso de trailers e materiais promocionais que entregaram boa parte da experiência. Muitas das cenas mais impactantes — inclusive momentos-chave da trama — já estavam nos trailers, o que comprometeu o fator surpresa. Isso é especialmente frustrante em cenas de reviravolta, que perdem força quando já foram previamente reveladas.
Superman marca um excelente ponto de partida para o DCU. James Gunn entrega um filme que combina ação, emoção e construção de personagens com um equilíbrio raro no gênero. Apesar do deslize com a divulgação excessiva, o longa reacende a esperança de que, sob a direção criativa de Gunn, o universo DC finalmente possa alcançar seu potencial nas telonas.
Cenas pós-créditos
O longa conta com duas cenas pós-créditos. A primeira, já revelada em imagens promocionais, mas fofa. A segunda, embora cômica, reforça a humanidade do Superman, mostrando que mesmo um herói pode cometer gafes.
NOTA: 4
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